As crianças
devem ler livros com conteúdo racista?
O livro Caçadas de Pedrinho, do escritor Monteiro Lobato
(1882-1948), é racista? E, se for classificado desta maneira, pode ser
utilizado pelas escolas brasileiras?
A polêmica discussão,
que voltou à tona com um mandato de segurança protocolado pelo Instituto
de Advocacia Racial e Ambiental (Iara), entidade de defesa do direito dos
negros, chegou ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em 2010, o Conselho
Nacional de Educação (CNE) emitiu um parecer classificando o livro de racista.
O Ministério da Educação (MEC) vetou o parecer, mas, mesmo assim, alguns
Estados, como Mato Grosso e Paraíba, tiraram o livro do currículo escolar.
O mandato de segurança do Iara foi uma reação ao veto do MEC. Caçadas de Pedrinho integra o acervo do Programa Nacional
Biblioteca na Escola (PNBE) e foi distribuído pela última vez em larga escala
para as escolas brasileiras em 2003. O livro fazia parte da coleção indicada
para alunos dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio.
A audiência de
conciliação realizada ontem no STF, com a participação de representantes do MEC
e do Iara, não foi conclusiva. Ficou acertado um novo encontro, no dia 25, para
discutir a implementação de medidas, como o treinamento dos professores que
utilizam a obra de Lobato em suas aulas.
O livro, publicado em
1933, narra uma expedição da turma do Sítio do Pica-Pau Amarelo em busca
de uma onça-pintada. Os personagens encontram um rinoceronte falante e decidem
levá-lo para o sítio. Na história, há passagens em que Tia Nastácia, que é
negra, é trata de forma considerada ofensiva:
“Tia Nastácia,
esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou,
que nem uma macaca de carvão.”
que nem uma macaca de carvão.”
“É guerra e das boas.
Não vai escapar ninguém – nem Tia Nastácia,
que tem carne preta.”
que tem carne preta.”
A obra de Lobato foi
lida por várias gerações de crianças brasileiras e adotada por milhares de
escolas ao longo dos anos. Vocês acham que essas crianças se tornaram adultos
piores por terem tido acesso ao livro? Seu conteúdo pode causar danos ao
leitor? Eu acredito que é papel da escola e do professor explicar o contexto em
que determinada obra foi escrita e colocar,
sim, a questão do
racismo em debate. Não é escondendo livros que teremos uma sociedade mais justa
e livre de preconceitos. E vocês, o que acham?
Pistorius pede desculpas a brasileiro que conquistou
ouro paraolímpico
Oscar Pistorius cumprimenta
Alan Fonteles após a vitória do brasileiro nos 200 m rasos
O atleta sul-africano Oscar
Pistorius se desculpou nesta segunda-feira pelas críticas feitas ao brasileiro
Alan Fonteles, que conquistou neste domingo a medalha de ouro nos 200 m rasos
na classe T44 dos Jogos Paraolímpicos, disputados em Londres, deixando-o com o
segundo lugar.
Pistorius, conhecido como ''Blade
Runner'', repetiu, após a derrota na final, o mesmo protesto que já havia feito
na semifinal sobre a suposta irregularidade das próteses usadas por Fonteles.
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O sul-africano acusa Fonteles
de usar próteses que deixam o brasileiro mais alto, o que lhe confere uma
vantagem na corrida.
''Não foi uma corrida justa.
Vendo o replay, não entendo como é possível avançar, estando oito metros para
trás, nos 100 metros (finais), para depois vencer. É absolutamente ridículo.''
''Sem querer tirar o mérito de
Alan, mas esses caras estão bem mais altos, não dá para competir'',
acrescentou.
O velocista brasileiro passou à
frente de Pistorius, que liderava a corrida, com uma arrancada, na reta final,
conquistando a prova e o ouro olímpico com um tempo de 21s45, à frente dos
21s52 do sul-africano.
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